Nesta terça-feira, foi divulgado o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC), que mede o número de solicitações de financiamentos mensais nos segmentos de varejo, bancos e serviços, e os números revelados por esse indicador aponta que a procura por crédito no mês de outubro foi menor do que em setembro.
Para que possamos ter uma ideia do tamanho da queda, até agosto esse índice apontava crescimento mensal na casa dos dois dígitos, porém em setembro o crescimento ficou em apenas 3% e em outubro houve uma retração em -0,1%.
“A vontade de comprar existia, mas o consumo foi impossibilitado por conta do isolamento social. Além disso, as incertezas fizeram os brasileiros ficarem mais reticentes em gastar. Com a abertura da economia e a visão de que o pior da crise já passou, as pessoas ampliaram seu crediário para irem às compras. Agora estamos vendo a realidade bater à porta e a demanda se arrefecer”, explica o diretor de Produtos e Sucesso do Cliente da Neurotech, Breno Costa.
A grande parte da população brasileiro já está endividada, houve uma queda considerável de renda e o auxílio-emergencial está muito próximo do seu fim.
“Não é de se estranhar que haja um aumento do conservadorismo na hora de demandar crédito”, complementa Costa.
Muitas pessoas precisaram pegar dinheiro emprestado para tentar ganhar fôlego em seus negócios ou até mesmo em suas casas. De qualquer forma, é importante sempre ter muito cuidado com qualquer tipo de empréstimo, afinal de contas, uma hora a fatura chegará e precisaremos ter o dinheiro para pagar esses compromissos.
Se analisarmos esse indicador de forma segmentada, iremos perceber que houve um aumento na procura por crédito em bancos e financeiras e no setor de serviços, de 1% a 3%, respectivamente.
“Os números do varejo indicam um recuo considerável. Após a queda de 5% em setembro, temos mais um recuo de 10% em outubro. A princípio era esperada uma reversão deste movimento, mas percebe-se que o brasileiro se manteve mais reticente por conta do aumento do endividamento, incerteza e perspectiva do fim do auxílio emergencial. Além disso, houve um forte aumento dos preços dos produtos essenciais, o que reduz o consumo de outros bens”, diz.