A terça-feira (21) foi de fôlego renovado na Ásia. As principais bolsas do continente fecharam no positivo, embaladas por sinais de distensão entre Estados Unidos e China, além de expectativas de novos estímulos econômicos nas principais economias da região. O clima, que vinha tenso nas últimas semanas por conta de dados mistos e incertezas políticas, deu lugar a um sentimento de confiança moderada, capaz de empurrar os índices asiáticos para novos patamares.
Em Tóquio, o Nikkei 225 registrou alta e renovou recorde histórico com o otimismo em torno da possível nova liderança política no Japão e a promessa de políticas pró-mercado. Em Seul, o KOSPI também subiu, apoiado por fluxos estrangeiros e pela força das empresas de semicondutores, confirmando o bom momento do setor tecnológico asiático.
A China continental e Hong Kong viveram um dia de recuperação coordenada. O Shanghai Composite avançou com expectativas de estímulos e dados melhores de produção, enquanto o Hang Seng em Hong Kong subiu impulsionado pelas gigantes de tecnologia, refletindo o retorno do apetite por risco após rumores de um novo acordo comercial entre Pequim e Washington.
Até mesmo a Austrália, com o ASX 200, surfou na maré positiva. O anúncio de um acordo bilionário com os Estados Unidos para o fornecimento de minerais críticos colocou o país no radar global e empurrou as mineradoras para o topo das maiores altas do dia. Em conjunto, os mercados asiáticos mostraram nesta terça uma mensagem clara: o continente ainda é o epicentro da retomada econômica global, e quando a Ásia sorri, o resto do mundo presta atenção.
🦘 Austrália (S&P/ASX 200)
A terça-feira (21) foi daquelas que entram para a história da bolsa australiana. O S&P/ASX 200 fechou em 9.094 pontos, alta de 0,7%, marcando um novo recorde histórico e consolidando o otimismo que já vinha crescendo nas últimas semanas. O pregão foi dominado por mineradoras e empresas ligadas ao setor de recursos naturais, embaladas por um anúncio que mexeu com o mercado global de commodities: o acordo bilionário entre EUA e Austrália para o fornecimento de minerais críticos.
Desde cedo, o clima era de euforia em Sydney. O noticiário econômico internacional destacava o pacto firmado entre Joe Biden e Anthony Albanese — um investimento de mais de US$ 8,5 bilhões (A$ 13,5 bilhões) para fortalecer a cadeia de produção de terras raras e reduzir a dependência da China. Isso bastou para acender o pavio nas ações das gigantes de mineração, que dispararam e puxaram o índice para o topo.
Além do setor de materiais, empresas de tecnologia e de serviços financeiros também surfaram na onda positiva. A percepção é de que a parceria com os EUA deve gerar novos contratos, exportações e oportunidades para companhias australianas, especialmente as que atuam em energia limpa e insumos industriais estratégicos.
Enquanto isso, o dólar australiano se manteve firme, o que reforçou o bom humor do mercado. Analistas destacam que o desempenho do ASX 200 reflete não só o impacto imediato do acordo, mas também a confiança dos investidores na resiliência da economia australiana, mesmo diante de incertezas externas e tensões comerciais.
🌍 Contexto global x realidade australiana
Enquanto os mercados asiáticos oscilaram com cautela diante dos números fracos da China, a Austrália mostrou que está em outra maré. O país tem se posicionado como um player estratégico no fornecimento de minerais essenciais para tecnologias verdes, como baterias elétricas e turbinas eólicas. Com o acordo firmado, a expectativa é de que novos investimentos fluam para o setor de mineração, infraestrutura e energia renovável, impulsionando o crescimento nos próximos trimestres.
Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street também fecharam em leve alta, com investidores repercutindo a parceria como um passo importante na disputa tecnológica e energética global.
🔥 O que movimentou o pregão
- Acordo bilionário EUA–Austrália em minerais críticos reacende apetite por risco.
- Fortes ganhos em mineradoras como Lynas Rare Earths e Iluka Resources.
- Setor financeiro acompanha a maré positiva, com alta nas ações do Commonwealth Bank e da Macquarie Group.
- Volume negociado acima da média, reforçando a entrada de investidores estrangeiros.
- Expectativas de novas políticas de incentivo à transição energética impulsionam setores correlatos.
📊 Maiores altas do dia
- Hub24 Ltd (+10,63%) — disparou após divulgação de forte crescimento em ativos sob gestão.
- Lynas Rare Earths Ltd (+8,94%) — beneficiada diretamente pelo acordo de minerais críticos.
- Iluka Resources Ltd (+7,81%) — mineradora de zircônio e titânio entre as mais procuradas.
- IGO Ltd (+6,72%) — produtora de níquel e lítio, favorecida por perspectivas de exportação.
- Fortescue Metals Group Ltd (+5,88%) — alta expressiva com expectativa de novos contratos bilaterais.
📉 Maiores quedas do dia
- Zip Co Ltd (−9,10%) — pressão vendedora após relatório de aumento na inadimplência.
- IDP Education Ltd (−6,35%) — impacto negativo com desaceleração no fluxo de estudantes internacionais.
- Block Inc (SQ2) (−4,89%) — perdas com realização de lucros após sequência de altas.
- Domino’s Pizza Enterprises Ltd (−3,42%) — revisões para baixo nas margens de lucro.
- Seek Ltd (−2,91%) — queda leve após divulgação de dados mistos no mercado de trabalho.
✨ Conclusão
O pregão desta terça consolidou o momento de virada da Austrália no cenário global de commodities e tecnologia limpa. O país mostra que sabe aproveitar as oportunidades geopolíticas para fortalecer sua economia e gerar valor para os investidores.
O ASX 200 fechou o dia em clima de celebração e se o mercado continuar reagindo assim, pode ser que este recorde dure pouco tempo. A sensação é de que a Austrália encontrou um novo motor de crescimento, e o som que ecoou na Bolsa de Sydney foi o de máquinas ligando, não o de alarmes soando.
🐉 China (Shanghai)
O mercado chinês voltou a respirar com alívio nesta terça-feira (21). O Shanghai Composite Index encerrou o dia em 3.916 pontos, com alta de 1,36%, impulsionado por apostas renovadas em estímulos econômicos e um leve otimismo com os dados de produção e consumo interno. Depois de semanas de volatilidade e preocupação com o setor imobiliário, o pregão trouxe um clima de recuperação que há muito não se via nas mesas de operação de Xangai.
Desde as primeiras horas do dia, o movimento comprador dominou o mercado. O governo chinês sinalizou possíveis novas medidas de crédito direcionado e apoio fiscal para pequenas e médias empresas, além de incentivos para o consumo doméstico. Isso bastou para reacender o apetite dos investidores locais, que aproveitaram para recompor posições em setores de tecnologia, energia renovável e bancos.
Os investidores estrangeiros também voltaram a se posicionar, puxando fluxos positivos via Stock Connect. A percepção é de que a China começa a buscar uma retomada mais estruturada, ainda que o crescimento siga abaixo do ideal. Analistas destacam que a alta de hoje pode ser o início de uma reação mais consistente, desde que os dados de crescimento no quarto trimestre confirmem melhora na confiança do consumidor.
Com a alta, o índice de Xangai registrou seu melhor fechamento em quase dois meses, e o tom foi de esperança cautelosa, um sentimento raro no mercado chinês dos últimos tempos.
🌍 Contexto global x realidade chinesa
Enquanto o Ocidente segue debatendo juros e inflação, a China enfrenta uma batalha diferente: reconquistar a confiança de seus próprios investidores. O governo tem adotado uma postura mais proativa, sinalizando políticas de estímulo fiscal e monetário moderadas, além de prometer estabilidade regulatória para o setor de tecnologia e fintechs — o mesmo que sofreu duramente nos últimos anos.
Ao mesmo tempo, o cenário global favoreceu o otimismo. O avanço de commodities e o acordo EUA–Austrália sobre minerais críticos reforçaram expectativas de demanda industrial aquecida, o que beneficia diretamente as exportações chinesas. Assim, o pregão desta terça refletiu um raro alinhamento entre fatores domésticos e externos, criando o ambiente perfeito para a recuperação.
🔥 O que movimentou o pregão
- Sinais de novos estímulos fiscais e monetários para sustentar o crescimento interno.
- Alta expressiva em tecnologia e energia renovável, setores estratégicos do plano “Made in China 2025”.
- Recuperação parcial no setor financeiro após semanas de perdas.
- Expectativas de redução nos juros de referência até o fim do ano.
- Otimismo externo com o reaquecimento da cadeia global de suprimentos.
📊 Maiores altas do dia
- Contemporary Amperex Technology Co. Ltd (CATL) (+8,22%) – Disparou com notícias de novos contratos de fornecimento de baterias elétricas.
- Kweichow Moutai Co. Ltd (+6,14%) – Alta robusta após balanço indicar retomada de vendas premium.
- China Merchants Bank Co. Ltd (+5,68%) – Investidores voltam a apostar no setor bancário com expectativa de novos estímulos.
- BYD Co. Ltd (+5,21%) – Forte valorização com rumores de expansão de fábricas na Ásia.
- Longi Green Energy Technology Co. Ltd (+4,87%) – Avanço com demanda global por painéis solares.
📉 Maiores quedas do dia
- China Vanke Co. Ltd (−3,44%) – Setor imobiliário ainda sob pressão por dívidas e baixa demanda.
- Country Garden Holdings (−2,91%) – Persistem dúvidas sobre reestruturação e liquidez.
- Industrial Bank Co. Ltd (−2,33%) – Correção após sequência de altas nas últimas sessões.
- PetroChina Co. Ltd (−1,96%) – Ajuste de lucros após avanço recente com alta do petróleo.
- China Life Insurance Co. Ltd (−1,74%) – Investidores realizam lucros antes do balanço trimestral.
✨ Conclusão
O pregão em Xangai mostrou que, mesmo sob nuvens pesadas, a economia chinesa ainda tem fôlego para reagir. A alta de 1,36% foi mais do que um número: foi um sinal de que há confiança voltando, mesmo que timidamente.
Ainda há desafios pela frente — o setor imobiliário segue fragilizado e o consumo interno avança de forma lenta —, mas a mensagem do dia foi clara: a China não está parada, está se reorganizando. E quando o dragão acorda, o mercado global sempre sente o calor.
🐯 Coréia do Sul (KOSPI)
A terça-feira (21) foi de novos recordes na Coreia do Sul. O KOSPI encerrou o pregão em 3.823,84 pontos, com leve avanço de 0,24%, suficiente para marcar um novo topo histórico. O movimento reflete a confiança dos investidores na força da economia sul-coreana e a expectativa de que o setor de tecnologia, especialmente o de semicondutores, mantenha o ritmo de recuperação global.
Desde as primeiras horas da manhã em Seul, o mercado se mostrou dividido entre a realização de lucros nas gigantes do chip e o apetite por ações de empresas menores que surfam o bom momento do setor. Apesar de Samsung Electronics e SK Hynix não terem batido os marcos esperados, o índice seguiu firme graças à entrada de capital estrangeiro e à movimentação positiva do varejo local.
A alta foi sustentada por fluxos estrangeiros líquidos de mais de 155 bilhões de won, o equivalente a cerca de US$ 113 milhões, mostrando que o investidor internacional continua acreditando no potencial da Coreia do Sul em liderar a próxima onda de inovação tecnológica. Por outro lado, instituições financeiras locais aproveitaram o recorde para realizar lucros, com vendas líquidas de mais de 211 bilhões de won.
Mesmo com a leveza da alta percentual, o sentimento foi de celebração. O KOSPI consolidou sua posição entre os mercados mais fortes da Ásia neste trimestre, mostrando resiliência e apetite por crescimento em meio a um cenário global ainda incerto.
🌍 Contexto global x realidade sul-coreana
Enquanto outros mercados asiáticos seguiram mistos, a Coreia do Sul manteve um desempenho consistente, apoiada no crescimento das exportações e no otimismo em torno da recuperação do comércio global de chips. O país se beneficia diretamente do aumento na demanda por semicondutores de inteligência artificial, automóveis elétricos e dispositivos móveis.
Internamente, o Banco da Coreia sinalizou que pode manter os juros estáveis por mais tempo, o que animou o mercado financeiro. O ambiente de crédito mais previsível e o câmbio controlado ajudaram a sustentar a confiança do investidor estrangeiro.
Com os olhos do mundo voltados para o setor tecnológico, a Coreia do Sul reforça seu papel estratégico no tabuleiro econômico asiático. O pregão desta terça foi mais uma amostra de que o país encontrou equilíbrio entre crescimento e estabilidade, algo raro em tempos de tanta volatilidade global.
🔥 O que movimentou o pregão
- Entrada de capital estrangeiro com forte compra líquida no setor de tecnologia.
- Expectativa de manutenção dos juros pelo Banco da Coreia.
- Reação positiva em empresas ligadas à exportação e energia limpa.
- Realização de lucros pontual nas blue chips Samsung e SK Hynix.
- KOSPI renova recorde histórico e consolida tendência de alta do mês.
📊 Maiores altas do dia
- Kakao Corp. (+6,21%) – Forte avanço com expectativas de novas aquisições no setor digital.
- LG Energy Solution Ltd. (+5,87%) – Alta com rumores de contratos para fornecimento de baterias a montadoras europeias.
- Naver Corp. (+4,64%) – Impulsionada pelo crescimento de sua divisão de inteligência artificial.
- Hyundai Motor Co. (+3,92%) – Ganhos com projeções de exportações recordes de veículos elétricos.
- POSCO Holdings Inc. (+3,55%) – Valorização com aumento da demanda por aço de alta resistência.
📉 Maiores quedas do dia
- Kia Corp. (−2,81%) – Queda após revisão de lucros abaixo das expectativas.
- Samsung Electronics Co. Ltd. (−2,47%) – Pressão por realização de lucros depois de altas recentes.
- SK Hynix Inc. (−2,19%) – Ajuste leve após sequência positiva com expectativa de novos contratos.
- Amorepacific Corp. (−1,83%) – Desvalorização com relatório de queda nas exportações de cosméticos.
- Hana Financial Group Inc. (−1,42%) – Redução nas margens de crédito pressiona o setor bancário.
✨ Conclusão
O pregão em Seul mostrou que a força da economia sul-coreana está além das gigantes tecnológicas. Mesmo com quedas pontuais entre as líderes de chips, o KOSPI seguiu firme, sustentado por empresas de energia, mobilidade e digitalização.
O novo recorde em 3.823 pontos não é apenas um número: é o reflexo de um país que soube se reinventar e continua crescendo com método, inovação e consistência.
Com investidores estrangeiros voltando ao jogo e o consumo interno reagindo, o mercado coreano mostra que, no tabuleiro asiático, quem aposta na Coreia, aposta em futuro.
🏮 Hong Kong (Hang Seng)
O pregão desta terça-feira (21) foi de alta consistente na bolsa de Hong Kong. O Hang Seng Index fechou o dia em 26.027 pontos, com ganho de 0,7%, refletindo o clima de otimismo que tomou conta dos mercados asiáticos após sinais de reaproximação comercial entre Estados Unidos e China. Investidores voltaram a apostar nas ações de tecnologia e consumo, impulsionando uma recuperação que já dura três sessões consecutivas.
Desde a abertura, o sentimento era positivo. Relatos de que Washington e Pequim podem anunciar um novo entendimento comercial sobre tarifas e transferência de tecnologia acenderam o apetite por risco. O movimento foi reforçado pelo avanço de outros índices da região, como o Nikkei e o KOSPI, o que consolidou o Hang Seng como um dos destaques do dia no continente.
O índice de tecnologia, que reúne nomes como Alibaba, Meituan e Tencent, subiu 1,3%, liderando os ganhos. A valorização foi interpretada como uma resposta direta à redução das incertezas regulatórias e ao otimismo sobre o setor digital chinês, que tenta se reerguer após anos de restrições e volatilidade.
Apesar do bom humor, parte do mercado ainda mostra cautela. Analistas apontam que os fundamentos econômicos de Hong Kong continuam desafiadores, com o setor imobiliário em lenta recuperação e o consumo doméstico ainda moderado. Mas, no curto prazo, a melhora na confiança global foi o suficiente para empurrar o índice a novas máximas de outubro.
🌍 Contexto global x realidade de Hong Kong
A alta em Hong Kong refletiu uma virada de sentimento na Ásia. Com o acordo de minerais críticos entre EUA e Austrália e a sinalização de trégua comercial entre Washington e Pequim, os mercados voltaram a precificar cooperação em vez de conflito. Esse alívio geopolítico deu fôlego às bolsas da região, especialmente aos setores de tecnologia e exportação.
O Hang Seng, que vinha sendo pressionado por saídas de capital estrangeiro, viu hedge funds e investidores institucionais voltarem às compras, aproveitando os preços descontados de ações chinesas. Além disso, o dólar de Hong Kong manteve estabilidade, favorecendo o fluxo de capitais e sustentando o otimismo nas mesas locais.
🔥 O que movimentou o pregão
- Expectativa de reaproximação entre EUA e China após declarações conciliatórias.
- Forte entrada de capital estrangeiro em tecnologia e varejo.
- Ações de fintechs e plataformas digitais lideraram o avanço.
- Setor imobiliário ainda pressionado, limitando ganhos mais amplos.
- Sentimento positivo com o cenário global mais estável e menor aversão ao risco.
📊 Maiores altas do dia
- Alibaba Group Holding Ltd. (+4,68%) – Liderou o pregão com alta expressiva após rumores de novas parcerias nos EUA.
- Meituan (+4,12%) – Avanço com expectativas de crescimento no delivery e melhora no consumo doméstico.
- JD.com Inc. (+3,84%) – Investidores reagiram bem à expansão dos serviços logísticos.
- Tencent Holdings Ltd. (+3,56%) – Alta com otimismo em torno da recuperação do setor de games e publicidade digital.
- Sunny Optical Technology Group Co. Ltd. (+3,29%) – Valorização após divulgação de aumento nas exportações de lentes para smartphones.
📉 Maiores quedas do dia
- CK Asset Holdings Ltd. (−2,74%) – Pressionada pela persistente fraqueza no mercado imobiliário de Hong Kong.
- Bank of China (Hong Kong) Ltd. (−2,12%) – Queda com revisão negativa nas margens de crédito.
- China Overseas Land & Investment Ltd. (−1,85%) – Impactada pela desaceleração na construção civil.
- Power Assets Holdings Ltd. (−1,64%) – Ajuste após sequência de ganhos em energia e infraestrutura.
- CLP Holdings Ltd. (−1,42%) – Correção técnica após atingir máxima de seis meses na véspera.
✨ Conclusão
O pregão em Hong Kong deixou claro que o vento voltou a soprar a favor dos mercados asiáticos. O Hang Seng subiu de forma sólida, sustentado por tecnologia e consumo, e mostrou que os investidores estão dispostos a olhar além das turbulências recentes.
A sessão desta terça consolidou a melhor sequência de ganhos do mês e reforçou a percepção de que, quando o diálogo substitui a tensão, o mercado asiático é o primeiro a responder.
Hong Kong volta a respirar com mais confiança, de olho em uma nova fase de estabilidade e crescimento.
🗼 Japão (Nikkei 225)
O pregão desta terça-feira (21) foi marcado por entusiasmo e expectativa em Tóquio. O Nikkei 225 fechou em 49.316,06 pontos, com alta de 0,27%, estendendo sua sequência positiva e renovando o recorde histórico. O avanço foi impulsionado pelo otimismo político e pela esperança de que a possível nova primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, traga uma agenda pró-mercado e políticas de estímulo inspiradas no antigo modelo “Abenomics”, agora apelidado de “Sanaenomics”.
O mercado japonês viveu um dia de grande movimentação. Desde cedo, investidores reagiram à força de Takaichi nas pesquisas internas do Partido Liberal Democrata (PLD), interpretando sua liderança como um sinal de continuidade nas políticas econômicas de estímulo fiscal e monetário. Isso acendeu o apetite por risco e fez com que o índice chegasse a subir 1,5% durante o pregão, antes de uma leve realização no fim do dia.
O setor de tecnologia e maquinário liderou as altas, beneficiado pela valorização do iene e pela expectativa de novas exportações. Já empresas do setor financeiro e energia registraram quedas pontuais após uma forte sequência de ganhos nos últimos dias. Apesar do ritmo mais contido no fechamento, o sentimento predominante foi de euforia controlada, com investidores celebrando a perspectiva de estabilidade política e continuidade das reformas.
🌍 Contexto global x realidade japonesa
Enquanto os mercados ocidentais seguem debatendo juros e inflação, o Japão navega em um cenário particular. A combinação de juros negativos, estabilidade cambial e estímulos do Banco do Japão cria um ambiente fértil para as bolsas locais. A entrada de capital estrangeiro tem sido intensa, atraída pelos lucros corporativos recordes e pela depreciação recente do iene, que torna as ações japonesas mais baratas em dólar.
No cenário político, a possível ascensão de Sanae Takaichi — primeira mulher a liderar o governo japonês — movimenta expectativas internas e internacionais. Sua plataforma promete investimento em tecnologia, defesa e infraestrutura verde, reforçando a imagem de continuidade com modernização. O mercado leu esse discurso como um sinal de segurança para os negócios e reagiu com otimismo.
🔥 O que movimentou o pregão
- Expectativa de vitória de Sanae Takaichi impulsiona confiança e otimismo político.
- Setores de tecnologia, maquinário e exportação lideram os ganhos.
- Investidores estrangeiros seguem ampliando posições no Japão.
- Volume negociado acima da média, sinalizando forte entrada de capital.
- Realização pontual no setor financeiro limita ganhos mais expressivos.
📊 Maiores altas do dia
- Tokyo Electron Ltd. (+5,12%) – Ganhou força com projeções otimistas para exportações de semicondutores.
- Advantest Corp. (+4,76%) – Avanço firme após relatório de aumento nas encomendas de chips de IA.
- Hitachi Ltd. (+3,84%) – Alta com expectativas de novos contratos em energia e infraestrutura.
- Fanuc Corp. (+3,45%) – Beneficiada pelo aumento de demanda de robótica industrial.
- SoftBank Group Corp. (+3,02%) – Movimento positivo com recuperação das ações de tecnologia global.
📉 Maiores quedas do dia
- Mitsubishi UFJ Financial Group Inc. (−2,11%) – Pressionado por realização de lucros após alta recente.
- Sumitomo Mitsui Financial Group Inc. (−1,88%) – Queda leve com ajustes no setor bancário.
- ENEOS Holdings Inc. (−1,64%) – Baixa com recuo nos preços internacionais do petróleo.
- Tokyo Gas Co. Ltd. (−1,51%) – Impactada pela expectativa de menor consumo energético no inverno.
- Japan Airlines Co. Ltd. (−1,39%) – Recuo com realização após sequência de fortes ganhos.
✨ Conclusão
O pregão em Tóquio mostrou um mercado confiante, mas atento. A alta modesta de 0,27% esconde um dia de intensa movimentação e expectativa política, com investidores já antecipando mudanças no comando do governo e uma nova fase para a economia japonesa.
A Bolsa de Tóquio continua a se destacar como um porto seguro no cenário asiático, combinando estabilidade institucional, poder de inovação e políticas econômicas previsíveis. Se as promessas de “Sanaenomics” se confirmarem, o Japão pode estar prestes a entrar em um novo ciclo de prosperidade e protagonismo global.
