A quarta-feira (5) foi de festa na B3. O Ibovespa emplacou sua 11ª alta consecutiva e fechou o dia com avanço de 1,72%, aos 153.294 pontos, o maior nível de fechamento da história. O movimento refletiu uma combinação rara: alívio político, dólar em queda e um cenário externo menos turbulento, o suficiente para impulsionar o apetite por risco e trazer de volta o otimismo dos investidores.

O dia começou com cautela, em sintonia com a correção das bolsas americanas, mas rapidamente o humor virou. O alívio com o fim das tensões comerciais entre Brasil, China e Estados Unidos se somou à expectativa positiva pela manutenção da taxa Selic em 15%, confirmada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) no fim da tarde. A decisão, que reforçou o compromisso com a estabilidade, foi lida como um sinal de previsibilidade — artigo de luxo em tempos de incerteza global.

O câmbio também ajudou a puxar o clima de euforia. O dólar caiu 0,7%, encerrando o dia cotado a R$ 5,36, o menor valor em mais de um mês. O recuo da moeda americana reforçou o fluxo estrangeiro e sustentou empresas exportadoras e do setor financeiro. O volume negociado ficou acima da média e o pregão teve o ritmo típico dos dias de confiança: o investidor voltou a comprar Brasil.

No fim do dia, o Ibovespa fechou em alta, com mais de 70% das ações no positivo, marcando um momento que já começa a ser visto como um novo ciclo. A percepção geral é de que o país, mesmo com desafios fiscais, voltou a despertar o interesse do capital global.


🌍 Contexto global x realidade brasileira

Lá fora, o ambiente ainda era de tensão. O Nasdaq afundou 2% com o medo de bolha em tecnologia, e a Europa operou entre perdas e ganhos. Ainda assim, o Brasil surfou na contramão. O investidor internacional, em busca de diversificação e valorização cambial, aproveitou o fluxo positivo de commodities e os bons resultados corporativos domésticos.

Internamente, o sentimento melhorou com o avanço de pautas econômicas no Congresso e com a leitura de que o Banco Central manterá um caminho previsível até 2026. Os setores de bancos, energia e varejo lideraram o pregão, enquanto papéis mais sensíveis ao câmbio perderam força.

O clima de “trégua global” ajudou a consolidar a percepção de que o Brasil voltou ao radar dos emergentes mais promissores. Foi um dia em que o mercado local mostrou autonomia — e confiança.


🔥 O que movimentou o pregão


📊 Maiores altas do dia

  1. Magazine Luiza (+6,1%) – Varejo avançou com melhora nas expectativas de crédito e consumo.
  2. Petrobras PN (+4,8%) – Alta do petróleo e cenário político estável impulsionaram o papel.
  3. Bradesco PN (+4,4%) – Setor financeiro reagiu bem à manutenção da Selic e ao fluxo estrangeiro.
  4. Vale (+3,9%) – Beneficiada pela valorização do minério de ferro na China.
  5. Localiza (+3,7%) – Expectativa de aumento na demanda interna e revisão positiva de lucros.

📉 Maiores quedas do dia

  1. Gol (-2,8%) – Ações caíram com alta momentânea no preço do combustível.
  2. Azul (-2,3%) – Setor aéreo pressionado por ajustes de custo e câmbio.
  3. Suzano (-1,9%) – Papel reagiu à queda na celulose e ao dólar mais fraco.
  4. Klabin (-1,5%) – Realização de lucros após sequência de altas.
  5. 3R Petroleum (-1,1%) – Investidores ajustaram posição após forte valorização recente.

✨ Conclusão

O pregão desta quarta-feira foi mais do que um número bonito no placar. Foi um retrato de confiança. O Ibovespa renovou recordes, o dólar cedeu e o investidor estrangeiro voltou a sorrir para o Brasil. Em um cenário global marcado por medo e correções, o país mostrou maturidade e força — provando que ainda há espaço para otimismo em meio à tempestade.

Enquanto o mundo tenta entender o ritmo das grandes economias, a B3 encerrou o dia com mensagem clara: o Brasil voltou ao jogo, e dessa vez parece querer ficar.

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