A quinta-feira, 18 de setembro de 2025, entrou para o calendário como um dia em que os ventos de Washington sopraram forte sobre o Velho Continente. O Federal Reserve reduziu sua taxa básica em 25 pontos-base, o primeiro corte desde dezembro, e reacendeu o apetite por risco. O reflexo imediato foi visto nas bolsas da Alemanha, França, Espanha, Holanda e Inglaterra, que fecharam no azul, cada uma à sua maneira.
Em Frankfurt, Paris e Amsterdã, o otimismo foi mais evidente, com DAX, CAC 40 e AEX registrando altas robustas puxadas por tecnologia e consumo. Já em Madri e Londres, o movimento foi mais contido, marcado por ganhos seletivos e algumas correções em setores específicos. O pano de fundo global animou, mas fatores domésticos continuaram pesando, como os planos de investimento da Aena na Espanha e a decisão do Banco da Inglaterra de manter os juros em 4%.
O mosaico europeu mostrou o mesmo cenário sob ângulos diferentes: os cortes de juros nos EUA reacenderam expectativas, mas cada praça respondeu conforme suas próprias fragilidades e potenciais. O resultado foi um continente em sintonia com o otimismo internacional, mas ainda atento aos limites impostos pela política monetária e pela dinâmica local.
Alemanha (DAX)
A quinta-feira, 18 de setembro de 2025, foi de alívio e otimismo em Frankfurt. O DAX acompanhou o clima positivo vindo dos Estados Unidos, depois que o Federal Reserve decidiu cortar os juros em 25 pontos-base. Foi o primeiro movimento de redução desde dezembro, e bastou para reacender o apetite por risco.
A sessão começou com cautela, mas ganhou força no meio do dia quando as big techs e empresas de varejo passaram a puxar o índice para cima. O peso de setores mais sensíveis ao crédito, como tecnologia e consumo, se transformou em combustível para a alta. O investidor europeu, que vinha tenso com sinais mistos da economia global, aproveitou a maré.
O resultado: o DAX fechou com valorização de 1,33%, consolidando a recuperação no mês. A estrela do dia foi a SAP, gigante de software alemã, que surfou a expectativa de juros mais baixos e disparou mais de 5%. No outro extremo, a Continental amargou uma queda histórica, acima de 20%, pesando entre as blue chips.
🌍 Contexto global x realidade alemã
Nos Estados Unidos, a decisão do Fed de reduzir os juros abriu espaço para apostas de uma política monetária mais amigável até o fim do ano. Esse pano de fundo elevou o humor dos mercados globais e deu fôlego aos investidores europeus.
Na Alemanha, a leitura é de que juros mais baixos podem aliviar o setor exportador, pressionado por desaceleração na China e desafios industriais internos. Ainda assim, sinais de inflação persistente na zona do euro mantêm o radar atento ao Banco Central Europeu.
🔥 O que movimentou o pregão
- Corte de juros do Fed trouxe alívio imediato para ativos de risco.
- SAP disparou com projeções mais otimistas para tecnologia em cenário de crédito mais barato.
- Varejistas como Zalando ganharam força com expectativa de consumo renovado.
- Bancos alemães, como Commerzbank, também surfaram a maré positiva.
- Queda forte da Continental ofuscou parte do rali, refletindo problemas internos do setor automotivo.
📊 Maiores altas do DAX (18/09/2025)
- SAP SE +5,42%
- Zalando SE +5,30%
- Commerzbank AG +4,15%
- Porsche Automobil Holding SE +2,86%
- Mercedes-Benz Group AG +2,67%
📉 Maiores quedas do DAX (18/09/2025)
- Continental AG -22,21%
- Beiersdorf AG -1,84%
- Volkswagen AG -1,28%
- Bayer AG -0,97%
- Infineon Technologies AG -0,73%
✨ Conclusão
O pregão mostrou a força que um único movimento do Fed pode ter sobre os mercados globais. Frankfurt seguiu Nova York e Londres, deixando de lado parte das incertezas locais para se concentrar no alívio imediato dos juros mais baixos. A fotografia do dia é clara: tecnologia e consumo reagiram em festa, enquanto a indústria automotiva ainda carrega seus próprios fantasmas.
O DAX fechou a semana com mais confiança, mas sem esquecer que os desafios da economia alemã continuam sobre a mesa.
Espanha (IBEX 35)
A quinta-feira, 18 de setembro de 2025, foi de ganhos moderados na bolsa espanhola. O IBEX 35 terminou o pregão em alta de 0,32%, aos 15.175 pontos, num dia em que a decisão do Federal Reserve de cortar os juros em 25 pontos-base mexeu com os humores globais.
O corte nos Estados Unidos trouxe alívio, mas também certa frustração. Parte do mercado esperava sinais de um ciclo mais agressivo de reduções. Isso se traduziu em Madri em uma postura de cautela: bancos e construtoras puxaram o índice para cima, enquanto empresas de energia e infraestrutura sofreram correções.
O destaque positivo veio do Banco Santander, que subiu quase 1,7% e mostrou força em meio à leitura de que juros mais baixos podem favorecer o crédito. Já a Aena amargou queda de quase 5% depois de anunciar um ambicioso plano de investimento bilionário, visto como pesado demais para os próximos anos.
🌍 Contexto global x realidade espanhola
A decisão do Fed deu o tom na Europa. A leitura de juros mais baixos tende a estimular setores sensíveis ao financiamento, como bancos e construção. Na Espanha, isso se refletiu em ganhos consistentes para Santander, Bankinter e ACS.
Por outro lado, o anúncio da Aena de investir cerca de 12,9 bilhões de euros até 2031 assustou investidores, que enxergaram risco de endividamento e pressão sobre resultados no curto prazo. Empresas de energia renovável como Solaria também recuaram, acompanhando a rotação para setores mais defensivos.
🔥 O que movimentou o pregão
- Corte do Fed impulsionou bancos espanhóis e construtoras.
- Banco Santander foi a estrela do dia, com avanço expressivo.
- Aena tombou após detalhar plano de investimento robusto.
- Solaria, Rovi e Cellnex sentiram a pressão da cautela dos investidores.
- O IBEX seguiu a maré positiva da Europa, mas com ganhos mais modestos que Frankfurt e Paris.
📊 Maiores altas do IBEX 35 (18/09/2025)
- Banco Santander +1,67%
- ACS (Actividades de Construcción y Servicios) +1,62%
- ArcelorMittal +1,61%
- Bankinter +1,50%
- Banco Sabadell +1,22%
📉 Maiores quedas do IBEX 35 (18/09/2025)
- Aena SME SA -4,79%
- Solaria Energía y Medio Ambiente -1,48%
- Laboratorios Farmacéuticos Rovi -1,26%
- Cellnex Telecom -1,22%
- Grifols -1,20%
✨ Conclusão
O pregão espanhol mostrou equilíbrio entre o otimismo externo e as preocupações internas. Enquanto bancos e construtoras surfaram a onda global de juros mais baixos, a reação negativa à Aena e às renováveis lembrou que cada setor carrega seus próprios desafios.
O IBEX 35 terminou em alta, mas sem euforia. Foi um dia de cautela, de avanços seletivos e de ajustes no radar, num mercado que ainda busca clareza sobre os próximos passos da política monetária e a saúde da economia espanhola.
França (CAC 40)
A quinta-feira, 18 de setembro de 2025, trouxe fôlego para a bolsa de Paris. O CAC 40 subiu 0,87% e encerrou aos 7.854 pontos, embalado pela decisão do Federal Reserve de cortar os juros em 25 pontos-base. Foi o primeiro movimento de redução desde dezembro e, embora tenha vindo em linha com o esperado, reacendeu o apetite por risco nos mercados globais.
A sessão oscilou entre cautela e entusiasmo. No começo do dia, investidores ainda digeriam os sinais de que os cortes futuros poderiam ser graduais. Mas, à medida que o pregão avançou, nomes de tecnologia, consultoria e indústria puxaram a recuperação. O destaque ficou com a STMicroelectronics, que saltou mais de 4%, mostrando como o setor respira melhor em cenários de crédito mais barato.
Nem todas as ações surfaram essa onda. Empresas ligadas ao consumo e ao setor imobiliário, como Publicis e Unibail-Rodamco-Westfield, sofreram pressões. Foi um pregão de rotações: investidores se afastaram dos setores mais defensivos e migraram para papéis com maior potencial de crescimento.
🌍 Contexto global x realidade francesa
O pano de fundo internacional foi determinante. O corte do Fed sinalizou que a fase de juros altos pode ter atingido seu pico, aliviando as bolsas europeias. Em Paris, esse movimento foi sentido principalmente nos setores de tecnologia e serviços, que dependem de fluxos de financiamento mais acessíveis.
Por outro lado, a economia francesa segue lidando com dilemas locais, como o consumo doméstico em desaceleração e desafios fiscais. Isso manteve parte do mercado em compasso de espera, mesmo em um dia de otimismo generalizado.
🔥 O que movimentou o pregão
- Decisão do Fed sustentou o rali global de ações.
- STMicroelectronics brilhou como termômetro da tecnologia europeia.
- Capgemini e Dassault Systèmes reforçaram a força do setor de software e consultoria.
- Publicis e Pernod Ricard recuaram, pressionados por perspectivas menos animadoras no consumo.
- O CAC 40 acompanhou a maré positiva, mas com ganhos distribuídos de forma desigual entre setores.
📊 Maiores altas do CAC 40 (18/09/2025)
- STMicroelectronics +4,61%
- Capgemini SE +3,25%
- Dassault Systèmes SE +2,94%
- Safran SA +2,20%
- Schneider Electric SE +2,05%
📉 Maiores quedas do CAC 40 (18/09/2025)
- Publicis Groupe SA -2,18%
- Unibail-Rodamco-Westfield SE -1,97%
- Pernod Ricard SA -1,74%
- Danone SA -1,15%
- Orange SA -0,82%
✨ Conclusão
O pregão em Paris foi reflexo da dança entre expectativas globais e realidades locais. Com tecnologia e consultoria puxando o índice, o CAC 40 consolidou ganhos sólidos e mostrou sintonia com o otimismo que percorreu a Europa. Ao mesmo tempo, quedas em setores de consumo e serviços lembraram que a economia francesa ainda exige cautela.
O saldo foi positivo, mas não eufórico. Paris encerrou o dia com um sorriso contido, consciente de que o alívio vindo de Washington não apaga os desafios internos que seguem no radar.
Holanda (AEX)
A quinta-feira, 18 de setembro de 2025, foi de festa na bolsa de Amsterdã. O AEX fechou em alta de 2,02%, aos 933 pontos, embalado pelo corte de juros do Federal Reserve nos Estados Unidos. Foi um pregão em que o vento externo soprou forte e encontrou terreno fértil em companhias ligadas a tecnologia e consumo.
Logo na abertura, o índice já mostrava apetite comprador. A mínima do dia praticamente coincidiu com a abertura, em torno de 919 pontos, e dali em diante foi só subida até a máxima de quase 935 pontos. A confiança internacional, somada à boa liquidez do pregão, ajudou a consolidar a recuperação do mercado holandês.
O brilho maior ficou com ASML e Adyen, gigantes do setor tecnológico-financeiro que surfaram a expectativa de crédito mais barato no médio prazo. Do lado oposto, nomes de utilidades e saúde acabaram perdendo espaço, com correções moderadas.
🌍 Contexto global x realidade holandesa
O corte de 25 pontos-base nos juros dos EUA mexeu com todos os mercados europeus, mas em Amsterdã a reação foi particularmente intensa. O AEX, com forte peso de empresas de tecnologia e semicondutores, reagiu como um termômetro do otimismo global.
Ainda assim, a economia holandesa carrega suas próprias questões: inflação persistente e discussões sobre política fiscal seguem no radar. Mas o pregão mostrou que, quando o cenário externo abre espaço, o mercado local responde com vigor.
🔥 O que movimentou o pregão
- Corte de juros do Fed impulsionou ativos de risco em todo o continente.
- ASML brilhou como a estrela da sessão, puxando semicondutores para cima.
- Adyen mostrou recuperação firme, com investidores confiando no futuro do setor de pagamentos digitais.
- Empresas de consumo também acompanharam o movimento de alta.
- Utilidades e farmacêuticas recuaram, em linha com a rotação de setores.
📊 Maiores altas do AEX (18/09/2025)
- ASML Holding NV +4,85%
- Adyen NV +4,21%
- Prosus NV +3,67%
- ArcelorMittal SA +3,05%
- Philips NV +2,74%
📉 Maiores quedas do AEX (18/09/2025)
- Wolters Kluwer NV -1,12%
- Aegon NV -0,95%
- DSM-Firmenich AG -0,81%
- Unilever PLC -0,63%
- Heineken NV -0,52%
✨ Conclusão
O pregão em Amsterdã refletiu a combinação de fatores globais com a característica única do AEX: alta exposição a tecnologia e consumo. Em um dia de otimismo internacional, esses setores responderam em dobro, garantindo ao índice uma das melhores performances da Europa.
O saldo é de confiança reforçada, mas também de alerta. Se o cenário externo for favorável, a Holanda tende a surfar ondas positivas. Se o vento virar, o mercado seguirá tão sensível quanto mostrou nesta quinta-feira.
Inglaterra (FTSE 100)
A quinta-feira, 18 de setembro de 2025, foi de leve alta na bolsa de Londres. O FTSE 100 fechou o dia em 9.228 pontos, avanço de 0,21%, embalado pelo corte de juros do Federal Reserve nos Estados Unidos. O movimento em Washington deu suporte às bolsas europeias, mas o clima por aqui foi de cautela, já que o Banco da Inglaterra optou por manter sua taxa básica em 4%.
A sessão começou morna, oscilando perto da estabilidade, mas ganhou algum fôlego quando empresas ligadas a tecnologia, exportação e bens pessoais puxaram a curva. O setor de luxo, representado pela Burberry, mostrou reação positiva, enquanto companhias de mineração e varejo sofreram quedas após revisões de projeções.
O destaque negativo ficou para a Next, que despencou perto de 5% após sinalizar um cenário de crescimento econômico britânico “anêmico”, mesmo com bons números de vendas. Já no lado positivo, RELX e Rolls-Royce se destacaram, refletindo confiança em seus modelos de negócios mesmo em um ambiente de juros elevados.
🌍 Contexto global x realidade britânica
Enquanto os EUA deram o primeiro passo no corte de juros, o BoE manteve a postura firme para conter a inflação, que segue acima de 3,5% ao ano. Isso criou uma fotografia curiosa: de um lado, Londres reagindo ao alívio externo, de outro, limitada pelas próprias amarras internas.
O investidor britânico, portanto, olhou mais para Nova York do que para Westminster. Mas a falta de direção clara do BoE deixou no ar a ideia de que o caminho daqui para frente será mais difícil para setores dependentes do consumo doméstico.
🔥 O que movimentou o pregão
- Fed cortou juros em 25 pontos-base, abrindo espaço para ativos de risco.
- BoE manteve taxa em 4%, com decisão de 7 votos a 2.
- RELX e Rolls-Royce puxaram os ganhos em Londres.
- Burberry avançou, aproveitando perspectiva de consumo externo.
- Next despencou após alerta econômico, puxando varejistas para baixo.
📊 Maiores altas do FTSE 100 (18/09/2025)
- RELX PLC +3,10%
- Rolls-Royce Holdings PLC +2,74%
- Burberry Group PLC +2,15%
- Lloyds Banking Group PLC +1,84%
- Diageo PLC +1,72%
📉 Maiores quedas do FTSE 100 (18/09/2025)
- Next PLC -4,87%
- Pets at Home Group PLC -3,25%
- Fresnillo PLC -2,68%
- Antofagasta PLC -2,12%
- Ocado Group PLC -1,95%
✨ Conclusão
O pregão londrino mostrou equilíbrio entre forças externas e restrições internas. Enquanto o corte do Fed trouxe alívio e sustentou setores de tecnologia e luxo, a postura rígida do BoE e sinais de fraqueza no consumo doméstico limitaram a euforia.
O saldo foi positivo, mas sem brilho. Londres saiu do dia com ganhos tímidos, reforçando a mensagem de que o mercado britânico caminha mais devagar que seus pares continentais, ainda refém das próprias fragilidades econômicas.