🔹 Abertura: quem é a empresa e onde ela aparece no dia a dia
A São Martinho é uma das maiores do açúcar e etanol do Brasil. Na prática, ela está no seu cotidiano assim:
- Açúcar que chega ao varejo e à indústria de alimentos.
- Etanol no carro flex do posto do bairro.
- Energia elétrica gerada do bagaço da cana e vendida ao sistema.
- Coprodutos como levedura e DDGS (ração animal).
Pense na São Martinho como uma usina multifábrica: a cana vira produto, combustível, energia e insumo. Quanto melhor o mix e o preço, mais valor sai do mesmo “pé de cana”.
📊 Receita: o “salário” da empresa
👉 O que é: Receita líquida é o faturamento após impostos e descontos.
➡️ Quanto deu: R$ 1.857,5 milhões no 1T26, +12,2% vs. 1T25.
O que puxou:
- Etanol: R$ 856,5 mi, +51,3% (preço +16,3% e volume +30,1%; destaque para etanol de milho).
- Açúcar: R$ 804,0 mi, −12,0% (menos volume e preço).
- Energia elétrica: R$ 84,3 mi, +14,7%.
- CBIOs: R$ 6,9 mi, −50,3%.
- Levedura: R$ 20,6 mi, +1,9%.
📌 Leitura simples: Mesmo com a cana rendendo menos na safra, a empresa compensou pelo lado do etanol, vendendo mais e melhor.
⚙️ EBITDA: a força do motor
👉 O que é: EBITDA é a “força do motor” antes de juros, impostos e depreciação.
➡️ Quanto deu: EBITDA ajustado de R$ 805,0 mi, +19,7%, com margem de 43,3% (+2,7 p.p.).
📌 Leitura simples: Mix mais favorável ao etanol deixou a operação mais rentável, mesmo com açúcar mais fraco.
💰 Lucro: o que sobra no fim
👉 O que é: Lucro líquido é o “troco” depois de pagar tudo.
➡️ Quanto deu: R$ 62,8 mi, −40,9% vs. 1T25.
Por quê: efeitos contábeis de valor justo do ativo biológico e calendário de JCP pesaram na comparação.
🧭 Complemento útil: o Lucro Caixa somou R$ 157,0 mi no trimestre.
🧱 Dívida e alavancagem: o peso que a empresa carrega
👉 O que é: Dívida líquida é o que se deve menos o caixa. Alavancagem mostra quantos “anos de EBITDA” seriam necessários para quitá-la.
➡️ Quanto deu: 1,36x Dívida Líquida/EBITDA LTM no fim do 1T26.
📌 Leitura simples: Controle bom de alavancagem para um negócio de safra, com expansão em curso.
🌱 Projetos, mix e travas
- Milho em alta: maior participação do etanol de milho melhora previsibilidade e rentabilidade.
- Hedge do açúcar: ~711 mil t já fixadas a ~R$ 2.529/t (30/jun/25).
- Capex 25/26 revisado: cerca de R$ 3,0 bi, incluindo Fase 2 do etanol de milho e compra parcial de canaviais (Santa Elisa).
🌦️ O que explica o trimestre
- Clima: seca reduziu produtividade e ATR, afetando volume e preço do açúcar.
- Mix vencedor: etanol segurou receita e turbinou o EBITDA.
- Contabilidade & financeiro: ajustaram o lucro para baixo na comparação anual.
✨ Conclusão
A São Martinho é como uma usina com dois grandes dutos: um de açúcar e outro de etanol. Quando a cana rende menos e o açúcar decepciona, o duto do etanol ganha pressão e mantém o motor (EBITDA) girando forte. No painel, porém, a luz do lucro piscou por efeitos contábeis e juros ainda altos. A alavancagem está sob controle e o avanço no milho deixa a viagem mais estável para o resto da safra.
✅ Em resumo
- 🚀 Receita: +12,2%, puxada por etanol.
- 🔧 EBITDA: +19,7%, margem 43,3%.
- ❌ Lucro: −40,9% (efeitos contábeis e JCP).
- 🧱 Alavancagem: 1,36x, em patamar confortável.
